terça-feira, 25 de março de 2008

Invasão inesquecível-a grande torcida do Galo

Em 4 de Dezembro de 2007, o blogueiro Gerson Sicca, do Limpo no Lance, postou esse texto sobre a torcida do Atlético Mineiro. Mesmo com todo bairrismo da mídia, que só fala das torcidas do Flamengo, Corinthians e outros times do Eixo Rio-SP, Gerson, lá no Rio Grande do Sul (que, como dizemos em Minas, fica logo ali) viu o que a mídia não mostra e fez esse grande reconhecimento aos atleticanos. Hoje, 25 de Março de 2008, o Galo Forte e Vingador completa 100 anos de história. E aqui está um pequeno presente à massa atleticana.
A CBF levou trinta e seis anos para criar um troféu para premiar a torcida destaque do campeonato brasileiro. Só fez isso no ano em que a torcida do Flamengo animou-se com a arrancada do time e passou a lotar o Maracanã e que a Globo abusou na hora de fazer o marketing flamenguista, com recursos de áudio e câmeras com destaque para a torcida a torto e a direito, como fez também com o rebaixado Corinthians. Tudo parte de uma estratégia de recuperação da audiência global. Como a CBF inventou o seu prêmio eu também acredito ter o direito de criar o meu. Por isso foi instituído o prêmio de "Melhor torcida do Limpo no Lance", prêmio que também foi criado somente depois que uma torcida destacou-se no blog.
E o prêmio vai para...a grande torcida do Galo mineiro, prova de que a disputa foi imparcial, pois todos conhecem minhas predileções clubísticas.
Explicarei o motivo da homenagem. Em outubro escrevi uma postagem sobre a torcida do Galo e sua devoção pelo clube. Nunca fui ao Mineirão e só estive em Minas uma vez, mas acompanhando o futebol pela televisão sempre me impressionou a massa que acompanhava o Atlético Mineiro, na alegria e na tristeza. Daí resolvi escrever minha impressão sobre essa paixão.
Para a minha agradável surpresa, nesta semana o blog recebeu uma incrível invasão atleticana depois que o texto foi para em uma comunidade atleticana no Orkut. Ontem foram 362 acessos, quando a média diária fica entre 40 e 60. E a postagem recebeu comentários positivos, a exemplo do que já tinha feito antes o atleticano Idelber, que tem o excelente blog O Biscoito Fino e a Massa.
O carinho da torcida atleticana lembrou-me um ídolo da torcida colorada, que merece todas as honrarias. Trata-se do rei Dadá, que certa vez deu uma declaração da qual não esqueço até hoje. Disse o mestre ter três amores na vida: sua filha, o Atlético Mineiro e o Internacional. Fiquei arrepiado com a sua declaração que exalava sinceridade, e mesmo sem ter visto, tive saudades dos tempos em que a cada gol que ele fazia no gigante da Beira-Rio sua comemoração era correr para o gol colorado e abraçar o grande Manga.
Salve a torcida atleticana. Com ou sem o áudio e as câmeras da Globo vocês são geniais. E mostram que o melhor futebol do mundo é feito com alma e coração, e não com filigranas mercadológicas. E que 2008 traga muitas alegrias.
A propósito, aceito com prazer o convite de ir ao Mineirão qualquer dia. Esse tornou-se um programa prioritário. E o blog está aberto à participação de todos. Fotos de partidas e notícias do Galo são bem-vindas. Postarei o que puder.A histórica invasão atleticana, essa contarei para o parceiro mineiro Chico Maia.
Gerson Sicca Gerson, como torcedor atleticano, agradeço pelo reconhecimento e como dono do Meus Pensamentos, agradeço por ter permitido postar o texto aqui!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Não consegui rir com esse vídeo.

Troque o XBox 360 por amor e você verá o que a meninas que eu conheço adoram fazer...

Muita sacanagem...

Lucas C. Silva

quinta-feira, 13 de março de 2008

Pecados, será que foram criações humanas?

Acho religião um assunto sensível para se tocar. Afinal, poucas coisas mexem tanto com as pessoas quanto sua fé. Eu, particularmente, acredito em Deus, mas não acredito nas igrejas e essa falta de fé nas instituições se acentuou nessa semana, depois que vi a seguinte notícia:
Vaticano divulga lista de novos pecados capitais
Pra quem não viu (e tá com preguiça de ler o link), aqui estão os novos pecados capitais:

1. Fazer modificação genética
2. Poluir o meio ambiente
3. Causar injustiça social
4. Causar pobreza
5. Tornar-se extremamente rico
6. Usar drogas

O que me chamou a atenção nessa lista e que me fez pensar em todos os outros pecados é que a Igreja Católica, no Vaticano, que os criou, não Deus. Pessoas comuns, como eu e você se reuniram e escreveram essas novas regras de comportamento para nos levar ao Céu. Então quem me garante que não foram homens que criaram os antigos sete pecados capitais e todos os outros?
Não tiro a razão da Igreja ao querer uma vida mais digna para todos, tem até algumas dessas regras que gostei, como não usar drogas, poluir o ambiente e causar pobreza. Acho que isso já deveria ser seguido pelas pessoas desde antes de se tornar pecado capital. Mas um dos novos pecados me chamou mais a atenção e até me fez lembrar de uma frase de Jesus: "É mais fácil um camelo passar por um buraco de agulha que um rico entrar no Céu." A partir de agora, os ricos não vão mais para o Céu. Então quer dizer que se eu me tornar rico honestamente (o que está cada vez mais difícil no mundo capitalista de hoje em dia), sempre fazer o bem e ajudar as pessoas não vou para o Céu? Mesmo que eu for uma boa pessoa, o peso da minha conta bancária me impedirá de alcançar a salvação?
Esse pecado particularmente me fez lembrar da Igreja da Idade Média, que pregava que os pobres eram pobres por vontade de Deus e que eles tinham que se contentar com a vida sofrida que tinham. Então quer dizer que o Papa Bento XVI não é rico? Porque se for, não vai pro Céu, afinal ser rico é pecado hoje em dia. E, mesmo sendo Papa, acho que ele também está sujeito ao tribunal divino que segue regras criadas pelo homem...
Sei que isso parece blasfêmia, mas não é. Estou apenas analisando a questão do ponto de vista de alguém que acredita em Deus, mas não acredita nas Igrejas. Só quero mostrar como não faz sentido acreditarmos que seremos julgados por Deus, se as regras são criadas pelo ser humano, a criatura mais falha já criada, seja por Deus, pela Mãe Natureza ou pelo acaso da Evolução.

E para terminar, já que estou falando de religião, fico imaginando que de qualquer jeito estamos todos condenados ao inferno. Afinal, ao seguirmos uma religião, acabamos discumprindo regras de outras o que automaticamente nos impede de ir ao Céu. Isso acontece dentro do Cristianismo mesmo. Enquanto os protestantes condenam a adoração a santos, os católicos pregam sua adoração. Se eu não adorar santos, não vou para o Céu, segundo os Católicos. Se eu adorar, também não vou, segundo os protestantes. Se eu adorar a Deus, não serei salvo, segundo outras religiões. E se eu adorar a outro deus, não serei salvo segundo o Cristianismo. De qualquer jeito estou condenado! E você, leitor, também está. É por isso que não sigo religião nenhuma. Prefiro fazer as coisas que acho certas sem prejudicar a vida alheia e, acima de tudo respeitando as opiniões e crenças das pessoas. Acho que esse é o verdadeiro caminho para a salvação.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Pão frito e filme

"Lê, você já comeu pão frito?" perguntou Jonas na cozinha de sua casa.
"Não" respondeu Letícia curiosa.
"Você nunca comeu pão frito?!"
"Não, nunca comi." respondeu a menina com um sorriso.
"Bem, meu vô ensinou essa receita pra minha mãe, que me ensinou. Minha mãe disse que eu faço o melhor pão frito que ela já comeu. Você quer experimentar?" perguntou o garoto pegando a margarina na geladeira.
"Quero!"
Jonas preparou dois pães fritos, um pra ele e outro pra Letícia, pegou refrigerante, dois copos, dois pratos e a chamou para irem à sala. Se sentaram lado a lado e o garoto ligou o DVD.
"Nossa, Jonas, é muito bom mesmo! Depois me ensina a fazer?"
"Obrigado! Claro que ensino!"
Eles terminaram o lanche em silêncio enquanto assistiam "A Vingança dos Sith" pela décima quinta vez, sendo que era a primeira vez que assistiam juntos na casa do garoto (os dois se conheceram quando assistiram pela terceira ou quarta vez no cinema). A casa estava vazia, então não tinha barulho ou gente pra atrapalhá-los.
Lá pela metade do filme, Jonas deitou sua cabeça no ombro de Letícia. A garota deu um sorriso e passou a mão por trás do pescoço do amigo, o abraçando. Star Wars nunca tinha sido tão bom para ambos, principalmente para Jonas. O garoto nunca conseguia assistir ao filme tranqüilamente, graças a seu irmão, um detestador de ficção científica que só colocava defeito na história. Assistir ao filme sozinho era bom, mas assistir acompanhado de uma pessoa tão maravilhosa, como Letícia era melhor ainda.
No finalzinho do filme, quando Anakin e Obi Wan lutavam, Letícia perguntou.
"Joninhas, pra me salvar, você faria o que o Anakin fez?"
"Não, o Anakin é um idiota." respondeu o garoto com sinceridade.
"Nossa, você ia me deixar morrer?"
"Claro que não! Tá doida? Mas eu não ia atrás do Palpatine. Preferia dar minha cara a tapa e pedir ajuda ao Obi Wan. E também..."
Jonas não conseguiu terminar a frase. Estava tão próximo de Letícia, era só se aproximar mais alguns centímetros para satisfazer essa vontade que o consumia. Abriu um pouco a boca, fechou os olhos e...
Estava sozinho, deitado em sua cama só de shorts. Procurou por Letícia, ela não estava ali. Nunca estivera.

Foi apenas um sonho...

Lucas C. Silva

sábado, 8 de março de 2008

Duas pérolas musicais

Tem músicas que a gente canta e nem para pra pensar na mensagem delas, ou quando pensamos pensar (?), acabamos vendo que interpretamos errado. Quer um exemplo?

Desenho de Deus - Armandinho.
"Quando Deus te desenhou, ele tava namorando. Quando Deus te desenhou, ele tava namorando."
Nessa música que fez muito sucesso há algum tempo, todos imaginavam que Armandinho tava falando que uma mulher era muito bonita... Mas não! Na verdade, ele acabou dizendo que a mulher era muito feia! Graças às malucas meninas do meu antigo colégio não sou um especialista em namoro, mas de desenho eu entendo. E, se você quer fazer um desenho bonito, você deve estar completamente concentrado na tarefa. Acho difícil fazer um desenho bonito enquanto está namorando, ainda mais numa praia, não é mesmo?

Mais legal que essas mensagens invertidas, são as coisas óbvias de algumas músicas. Veja essa:

Imortal - Sandy e Júnior
"O que é imortal não morre num final"
Nesse crime contra a música Immortality do Bee Gees com a Celine Dion, Sandy e Júnior acabaram gravando a frase mais óbvia e estranha da história da música. É OBVIO que o que é imortal não morre no final! Falta de rima é osso! É impressionante como gastaram uma faixa de um CD pra cantar uma coisa dessas!
O pior é que cantamos essas coisas sem perceber a "mensagem subliminar" que elas contêm.

Sei que tem muito mais, só que quando eu faço uma lista, alguns cornos, digo leitores desocupados acabam não lendo tudo mesmo e fazendo comentários sem noção. Aí chegam outros leitores desocupados e comentam comentários... Além disso, só me lembrei dessas músicas. Se tiver mais, me avisem.

Ah, e pras blogueiras e não blogueiras, FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER.
Como postaram aqui no meu blog há um tempo:
"Mulheres... são responsáveis por metade de nossas tristezas e pela maioria das nossas alegrias."

Saudações Atleticanas!

Lucas C. Silva

quinta-feira, 6 de março de 2008

Respondendo a Roberto Drummond

Em sua maravilhosa crônica “Para torcer contra o vento”, o grande Roberto Drummond faz uma série de perguntas sobre um dos maiores patrimônios da Humanidade e, se me derem licença, as responderei.
“Ah, o que é ser atleticano?” Ser atleticano é ir do Céu ao Inferno em questão de dias e saber que retornará ao topo mais forte. É ter orgulho de suas cores, de sua história, de suas conquistas. Como o próprio Drummond disse, é torcer contra o vento. É ser injustiçado, roubado e caçoado por pessoas que, na verdade, têm inveja de tudo conquistado pelo Galo. É sair pelas ruas vestindo o Manto Sagrado com o maior orgulho do mundo e mostrar às pessoas que ali tem um torcedor atleticano, e não um simpatizante qualquer.
“É uma doença?” Sim. É uma doença que é passada geneticamente e transmitida pelo ar. Quem vai ao Mineirão e o vê lotado pela Massa acaba contaminado e não existe cura para isso. Acredito que nunca desenvolverão uma cura. Ainda bem, pois sou o doente mais feliz do mundo!
“Doidivanas paixão?” Doidivanas, não tenho certeza. Mas certamente é uma paixão. Em seu sentido original, paixão quer dizer um sofrimento causado por amor. E atleticano sofre! Não por causa do time, mas por causa da arbitragem, nossa eterna inimiga. Sempre há um José de Assis Aragão, um José Roberto Wright, um Márcio Resende de Freitas, ou um Carlos Eugênio Simon, entre tantos outros, para estragar nossa festa. Sempre há um Flamengo, um Corinthians ou um Botafogo que não consegue vencer o Atlético com força própria, então precisa de um empurrãozinho para facilitar as coisas. Eles que nos esperem. Parecem não saber o que diz nosso hino: “Clube Atlético Mineiro, Galo forte vingador!”
“Religião pagã?” Sim. Somos seguidores de uma religião pagã e politeísta. Temos vários deuses e salvadores como Reinaldo, Dadá, Éder, João Leite, Jairo, Said, Mário de Castro, Ubaldo Miranda (meu conterrâneo), Kafunga, Taffarel, Marques, Guilherme, Gilberto Silva e mais uma infinidade de deuses, santos e heróis que vestiram o Manto Sagrado. É uma injustiça não colocar o nome de todos aqui, mas se eu o fizesse, teria de escrever um livro, e não uma crônica.
“Bênção dos Céus?” Sim. Ser atleticano é a maior bênção que podemos receber. É impossível que tamanha força, que leva milhões aos estádios independentemente do dia, da hora, das condições do tempo (não se esqueçam que o atleticano torce contra o vento) ou de qualquer outro fator seja algo terreno.
“É a sorte grande?” Bem, a pergunta final já foi respondida através das outras respostas. Apesar de toda roubalheira e injustiça que enfrentamos nesses quase 100 anos de história, somos felizes, apaixonados, vencedores e acima de tudo fiéis. Os atleticanos são conhecidos por sua fidelidade e apoio ao time em todos os momentos. E isso não é ter a sorte grande?
Infelizmente não pude entregar essa resposta pessoalmente a Roberto Drummond. Esse atleticano de valor se foi numa noite de junho de 2002, em plena Copa do Mundo, deixando uma legião de fãs e de atleticanos órfãos do talento inigualável do escritor que conseguiu, como ninguém mais, retratar a emoção de ser atleticano. Mas sei que, independentemente de onde esteja, ele está lendo isso. E espero que esteja gostando.

Saudações Atleticanas!

Lucas C. Silva

terça-feira, 4 de março de 2008

Um novo garoto propaganda e um mascote

Você, leitor do Meus Pensamentos já leu o livro Vinte Mil léguas Submarinas? Não sabe o que está perdendo. Já falei dele aqui (cliquem aqui pra ler o post sobre o livro) e recomendo esse clássico para todos os que curtem uma boa aventura. Sabem por que estou falando nele? Simplesmente porque o primeiro garoto propaganda do Meus Pensamentos é o grande Capitão Nemo, o dono do submarino Nautilus. Tem um trecho do livro que está escrito:
"E o Capitão Nemo olhou para mim como querendo ler MEUS PENSAMENTOS"
Detalhe, o livro é de mil oitocentos e Kafunga no gol. Júlio Verne com certeza era um visionário!

Semana passada eu tava assistindo ao DVD da primeira temporada dos Simpsons, quando vi a seguinte fala desse grande homem:Então, tenho o orgulho de apresentar Homer Simpson como segundo garoto propaganda do Meus Pensamentos! Não é a toa que ele foi eleito como o maior pai da TV!

Além dos garotos propaganda, o blog está apresentando seu mais novo mascote, o ornitorrinco Júlio Verne! Ele está ali na coluna do lado direito, abaixo de "Mais Lucas" e acima do selo do Brasil Fora do Eixo. É um bichinho sossegado, que gosta de refrigerante, jogar video-game, do Atlético Mineiro, dos livros de seu xará Júlio Verne e ler comentários. Quando pessoas não comentam os textos, ou quando elas fazem comentários vazios, ele fica muito triste...
Ah, e se você, leitor tiver uma ornitorrinca, fala pra ela que o Júlio tá solteiro e é fiel!
heheheeheheh

Saudações Alvinegras e Centenárias! É Galo na cabeça!!!

Lucas C. Silva

sábado, 1 de março de 2008

A menina dos cabelos pretos

Sabe quando a gente se apaixona por alguém e nem sabe porque isso aconteceu?

Foi em novembro de um ano desses pra trás. A família de Jonas havia acabado de comprar o apartamento e ainda estavam pintando as paredes. Era a primeira vez que o garoto pisava ali. Ao olhar pela janela, ele a viu.
A menina dos cabelos pretos, estava na sacada dela, olhando pra fora. Ela entrou em seu quarto e Jonas ainda ficou olhando pra sacada vazia. Havia algo nela... Jonas não sabia o que, mas tinha algo.
Nos dias seguintes, o garoto voltou ao apartamento e, entre uma mão de tinta e outra, olhava pra fora na esperança de vê-la novamente. A tarde estava quente e ela apareceu na sacada de novo. Corpo magro, esbelto, pele morena clara, cabelos longos, lisos e pretos. A altura parecia ser a mesma de Jonas, mas ela parecia ser um ou dois anos mais nova. Usava camiseta sem mangas e shortinho. Não dava para ver seu rosto, mas, na imaginação do garoto, era muito bonito.
Jonas se mudou para aquele apartamento e a viu inúmeras vezes. Seus pais e seu irmão não disconfiavam de nada. Jonas que não falaria, já sabia até o que eles iam falar:
"Ah, não acredito! Você nunca nem a viu e já tá se apaixonando?"
E, enquanto balançava na rede, olhando ela falar no telefone (ela fazia isso muito), Jonas imaginava... Imaginava onde ela estudava, quantos anos tinha, se era de fora da cidade, como era seu rosto e como era seu nome. "Será que ela se chama Larissa, Andréia, Fernanda?"
Sonhou com a menina dos cabelos pretos inúmeras vezes. As vezes eram amigos, outras vizinhos e outras, completamente desconhecidos.
Jonas não sabia como encontrá-la. Afinal, quando saia pra escola, a garota ainda estava se arrumando (as vezes ele a via aparecer na sacada de uniforme e mochila) e quando voltava, ela já estava em casa.
O tempo passou, Jonas terminou o colégio, começou a fazer pré vestibular e descobriu algumas coisas sobre ela. Seu nome era Manuela, estudava num colégio no caminho pro pré e não tinha namorado. Um dia, o garoto voltava do cursinho quando a viu sair do colégio com uma amiga. "Sem querer nada" as seguiu. Elas pararam numa banca, onde Jonas entrou fingindo procurar por uma revista.
Quando estava saindo, Jonas e Manuela trocaram um olhar. O estômago do garoto congelou, seu coração disparou e, sem dizer nada, atravessou a rua e foi pra casa.

Da última vez que Jonas viu Manuela, a garota estava em sua sacada, trocando beijos com o namorado...

Lucas C. Silva