sábado, 24 de novembro de 2012

O dia que vi a mulher mais linda do mundo no último metrô da noite

Estação de General Osório, em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. Vocês já desceram aquela estação a partir da praça? Escadas, escadas e mais escadas. É o melhor abrigo nuclear da cidade.

Estava vindo embora depois de uma festa de aniversário. Correndo, já que eram 23h59 e o último metrô da noite sairia no minuto seguinte. Passei o Riocard naquela caixinha amarela, desci as escadas correndo e entrei no metrô quando ele apitou. Sentei na cadeira no fundo do vagão e a porta fechou logo depois. Perfeito! A porta abriu de novo. Ninguém entrou. Abriu uma terceira vez. Ela entrou.


Ela? Quem é ela? Não sei. Nunca vi e provavelmente não verei novamente. Já falei sobre essas meninas lindas que vemos no metrô e nunca mais voltamos a encontrar. Essas por quem você se apaixona durante 15 minutos, até dar a hora de você (ou de ela) descer e as vidas se separarem, talvez pra sempre. Ela era linda. Muito linda. Linda demais! Sério, poucas vezes nessa vida vi uma menina tão linda. Ela se sentou na minha frente, olhou para a porta com dois olhos lindos e verdes, tirou o iWhatever do bolso dela e começou a digitar.

Não consegui tirar os olhos dela. Do meu lado, três mulheres conversavam. Ao lado da menina extremamente linda, duas cadeiras vazias e outra moça sentada no outro canto do bloco de cadeiras. E a menina lá, absorta em seu mundinho tecnológico, digitando no aparelhinho, olhando para baixo.

Olhei para ela novamente. Meio chateado. Sabia que, dali a poucas estações, eu desceria e nunca mais a veria. Não queria esquecê-la da mesma forma que esqueci tantas outras meninas lindas (não tão lindas quanto ela) que vi nos metrôs e ônibus da vida. Para não esquecê-la, comecei a reparar nos detalhes.

Pele clara, bem clara. Magrinha. Cabelos castanhos, longos e cacheados. Aliás, lisos no topo da cabeça e que vão cacheando a medida que descem (do jeito que eu adoro). Ele estava jogado do lado esquerdo, e descia à altura do peito dela. Ela usava um piercing minúsculo no nariz e vários brincos na orelha. No pescoço, um cordão prateado. Usava uma blusinha preta sem mangas. Em cima, um agasalho fino, cinza escuro. Uma saia branca, ficando um pouco acima dos joelhos e, no colo, carregava uma bolsa.

Ela era linda. Muito linda mesmo. Sabe aquelas pessoas que você não consegue parar de olhar? Pois é, ela era assim. Nerdzinho romântico e tímido como sou já comecei a imaginar todo um futuro ao lado dela. Os dois passeando no fim do dia, os dois em casa assistindo Star Wars, os dois ouvindo nerdcast... Aliás, será que ela gosta dessas coisas? Onde será que ela mora? E, o mais importante, qual será o nome dela?

Chegou minha estação. Me levantei, as portas se abriram. Desci do metrô e fiquei na plataforma olhando para ela. As portas se fecharam, o metrô acelerou, ela foi embora.

Provavelmente, para sempre...

@OLucasConrado

2 comentários:

ascka disse...

Às vezes, por ser inesperado, é ainda mais atordoantemente maravilhoso.

Daniel Queiroz disse...

podia ter falado com ela